domingo, 5 de dezembro de 2010

BANCA versus W.C.

                 < INTRODUÇÃO >

Um homem acometido por uma violenta e persistente diarreia, (daquelas que não dão tempo de chegar ao WC), foi consultar o médico. Este, constantemente interrompido por outros assuntos, em vez do medicamento adequado à situação, prescreveu-lhe um forte calmante. Só depois do paciente ter abalado é que deu pelo equívoco, pelo que já nada podia fazer.

Dias depois o mesmo paciente voltou à consulta. O médico, lembrando-se do engano, perguntou curioso:

- Então Senhor Zé, como tem passado?
- Olhe Senhor Doutor,  tenho tomado o medicamento que me receitou, mas estou na mesma. Continuo a borrar-me todo, só que agora  já não me ralo nada!

Vem esta história a propósito do seguinte:  a Lei impõe que, desde a mais modesta tasca até ao simples café  de bairro, todos tenham W.C.  público. Os bancos estão isentos desta obrigatoriedade, nomeadamente a C.G.D. onde a maioria dos idosos vai  levantar as pensões. Por razões de saúde muitos tem que tomar Furosemida, potente diurético cuja acção não há esfincter que atalhe e consequentemente, na ausência de sanitários o resultado está à vista.

Todavia o problema tem sido resolvido por si próprio, isto é: como a maioria desses
velhotes anda enxarcada em Xanax, Atarax e outros,  de cada vez que vão ao banco levantar a pensão mijam-se todos mas tambem já não se ralam nada.

Anda cá anda!

sábado, 4 de dezembro de 2010

MERCANTILIZAÇÃO DA VIDA

No tempo das colónias portuguesas em áfrica, os trabalhadores negros das fazendas abasteciam-se durante a semana na Cantina ou Armazém-Geral (a designação variava de acordo com a sua dimensão), estabelecimentos que, coincidência das coincidências, pertenciam igualmente ao(s) dono(s) da fazenda.

Consumiam arroz, farinha, peixe sêco, carne de salmoura, pano riscado, sabão, sandálias, pilhas para o rádio e entre outras  bugigangas, remendos para os pneus da "ginga".

Na hora de receber o salário (vulgo "semanada") tudo isto lhes era descontado na Folha de Pagamento, quando a havia.

Moral da história: minutos depois de ter pago aos trabalhadores o patrão já tinha todo o dinheiro de volta.

Cá pela Europa Ludwing von Mises escreve: <numa sociedade capitalista, a riqueza só pode adquirir-se e conservar-se mediante uma atitude que corresponda às exigências dos consumidores. Assim, a riqueza de prósperos comerciantes é sempre o resultado de  um plebiscito dos consumidores e, uma vez adquirida, a riqueza só pode conservar-se se for utilizada da forma que os consumidores considerem mais benéfica para eles >.

Já não temos o império colonial, mas temos o da globalização neoliberal,  o da concentração de riqueza, e o império dos hipermercados onde a diferença entre os seus trabalhadores e a dos africanos das fazendas é meramente geográfica. Cá como lá, recebem o vencimento mensal e gastam-no no mesmo estabelecimento onde o ganharam.
 E onde é que está o  problema? questionará quem ler este texto.
 O problema é que tendo recebido, por exemplo, quinhentos euros e gasto esses mesmos quinhentos euros em compras , leva para casa mercadoria que, a quem lha vendeu,  terá custado muito menos, ou seja ao seu próprio patrão, que deste modo arrecada não só a diferença entre o preço de custo e o  da venda, mas também a riqueza gerada pelo  esforço que ele recompensou com dinheiro que já está de novo na sua posse. Se isto não é a mercantilização da vida e concentração de riqueza é o quê?

Anda cá anda!

ANTE MARE UNDAE (antes do mar, as águas)

Sempre pensei,  na minha pacóvia ignorância, que quando uma nova Lei surgia tinha como objectivo corrigir,  melhorar  ou  integrar  aspectos  que não constavam  da  redacção  da  anterior,  daí  a  sua revogação / substituição e que esta nova Lei  seria aplicada  em  casos  futuros  ou  seja:   nada  será como dantes, o que até aqui era assim passa a ser assado. Certo ? Errado !

As leis passaram a ter efeitos rectoactivos(?). O que  até agora  era assim passa, no futuro, a ser como era antes de ser como é agora. Confuso ?
É simples. Vejamos:

A pensão que recebia até hoje passará no futuro (perdoem-me a redundância) a ser inferior à  que tinha antes de ter a actual, (cristalino).

Um criminoso, perdão, um "cidadão" com elevado déficit de interacção sociológica", cuja sentença a vinte anos de prisão transitou em  julgado,  estando  já  enjaulado  por força da  aplicação da lei  vigente  na altura dos  acontecimentos,  será  (por mérito da rectroactividade de nova lei ,entretanto promulgada) solto ao fim de cinco, (fixe).

E  que dizer do regime  de excepção criado à pressa para  permitir ao estado contratar médicos reformados (arrancando-os ao remanço que a poda das roseiras proporciona) só porque se esqueceram que a lei em vigor interditava tal situação ?

E  dos touros de  morte que são  proibidos  em todo  o  território nacional, excepto em Barrancos que, ou não é território nacional, ou o símbolo da justiça vai passar a ser um funil (largo para uns e estreito para outros)?

E a barracada da Lei do Aborto (pomposamente I.V.G.) em que o aborto se podia fazer mas era proibido ?

Deste desencontro semântico, deste políndromo legislativo,  da retroactivade das leis, retiro uma vantagem e um inconveniente:

VANTAGEM - Os advogados vão poupar uma pipa de massa em livros. Escusam de
comprar  novos códigos civis, tributários, criminais, penais e  outros  que  tais  (como diria o Herman, "agora bersegei"). Vão ao sótão buscar os antigos que, pelo caminhar das coisas vão ficando cada vez mais actuais.

INCONVENIENTE - O rei D. Dinis  (esteja lá onde estiver)  que se cuide e comece  a pôr as barbas de molho. Arrisca-se a ser condenado,  a título póstumo, por prática de pedofilia. É que, quando casou e consequentemente levou para a cama, a Rainha Santa Isabel esta tinha a idade de DOZE ANOS.

Anda cá anda !

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O FUTEBOL É UMA TOURADA ?

Há já algum tempo que leio jornais de tauromaquia na tentativa de neles encontrar touros com nome de pessoa, por exemplo: Zidane (que até marrava bem - o Materazzi que o diga), ou ao qual tivesse sido anulada uma cornada por investida "off-side"/"fora de faena", ou sancionado com  cartão vermelho directo por agressão ao toureiro.

Não encontrei. Em contrapartida, nos jornais desportivos e no que ao futebol diz respeito, abundam termos e conceitos tauromáticos, nomeadamente jogadores "apelidados" de "El Toro", "El Matador" e a verdadeira épitome da asneira que é chamarem PLANTEL a um lote de atletas.

PLANTEL de acordo com os dicionários de língua portuguesa significa (passo a citar)
"Substantivo colectivo. Conjunto de animais de boa raça, especialmente bovina, seleccionados para lide e procriação".

Este último desiderato já foi cumprido pelo Cristiano Ronaldo que, conforme é público, terá procriado lá para os E.U.A. .

Por este andar, os fiscais-de-linha, vulgo "bandeirinhas" vão passar a bandarilheiros, os adeptos a aficionados, as claques  a tertúlias e os clubes a ganadarias.

O futebol é uma tourada ? Anda cá anda !

A MALDIÇÃO PP

Já repararam que PP aparece infalivelmente  associado a personagens que, de um modo ou outro, intervieram em decisões polémicas. Não ? Então lá vai:

PP - Paulo Portas
PP - Partido Popular
PP - Pedro Passos (Coelho)
PP - Pacheco Pereira
PP - Pedro Proença
PP - Papa Pio (XII)
PP - Pôncio Pilatos
PP - Pisga-te Pá (isto é concerteza maldição)

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

FIAMBRE DA PERNA EXTRA


É do conhecimento geral que os nossos amigos (?) chineses comem de tudo: de insectos a répteis, passando pelos batráquios, mostrando particular apetência por aquilo que consideram ter propriedades afrodisíacas, nomeadamente, pénis de búfalo,de rinoceronte, de porco. Pénis de tudo o que tenha pénis.
Cá em Portugal tem surgido uma publicidade danada ao fiambre da perna extra, o que me tem trazido desconfiado: será que, embalados pela visita de HU JINTAO ( que até é um gajo porreiro por querer comprar a dívida portuguesa), já estamos a pensar no mercado chinês ávido daquele petisco em forma de apêndice, produzindo aquilo a que os nossos industriais agro-alimentares chamam eufemisticamente perna extra? Perna extra? Mas o porco não tem só quatro patas? Se calhar, pensa o povo, a perna extra é a quinta pata onde costumamos mandar mamar aqueles que nos chateiam.

Pelo sim e pelo não, entre o fiambre da perna extra e o fiambre extra da perna, prefiro este último, até porque não sei comer com pauzinhos.

Anda cá anda.

SIMPLIFICAR O COMPLICADO/COMPLICAR O SIMPLES

 Porque carga de água é que os nossos políticos ( governantes ou não) quando instados a pronunciarem-se sobre a situação económica do país, oscilam invariavelmente entre o brejeiro e o erudito, entre raciocínios tautológicos (do género: um cêntimo é um cêntimo ou a crise é a crise) e a mais rebuscada linguagem parecendo querer levar a dialéctica hegeliana mais longe que o próprio Hegel.
  Já imaginaram um pastor, queixo apoiado no cajado e de rádio colado ao ouvido, delíciado com declarações tipo: "estamos a ponderar a estratégia a adoptar para contrariar a tendência recessiva da balança de transacções correntes".?
  Pensarão tais ilustres crâneos que o hortelão pondera o preço que há-de pedir pelas couves depois de exaustiva leitura de "Inflation Resulting from the Downward Inflexibility of Wages", em F.Hayek?

O que vale ao povo é que o Inglês passou a ser ministrado no ensino básico pelo que os putos ficarão habilitdos a descodificar esta encriptada linguagem lendo a revista " The Economist", nomeadamente o número abaixo.
Anda cá anda!!