O Protocolo de Quioto foi assinado em 1997, mas George W. Bush depressa o mandou às urtigas, desvinculando unilateralmente os EUA do cumprimento dos compromissos assumidos.
A Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas teve lugar em Haia em Novembro de 2000 e destinou-se a definir os termos da aplicação do Protocolo de Quioto, através do qual os países industrializados assumiriam o compromisso de reduzir globalmente em 5% as suas emissões de gases com efeito estufa até 2010. Era bom que assim tivesse sido, mas não foi, porque a Shell, BP, Statoil, Amoco, International Petroleum e outros se uniram para a criação , no âmbito da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento, de uma pérfida Associação Internacional do Mercado de Emissões (International Emissions Trading Association),tendo em vista criar "quotas" de poluição (emissão de gases) para cada país industrializado, permitindo, deste modo, que um determinado país que exceda o seu quinhão possa comprar a outro que ainda tivesse margem para poluir, ou seja eu, por lei, só tenho direito a um contentor de lixo, mas como sou rico, em vez de reduzir a minha produção de lixo, posso comprar a parte vaga no contentor do meu vizinho. Isto é protecção ambiental?
Em 2011 o que está a dar é automóveis equipados com o dispositivo "start/stop" que desliga o motor ao fim de uns segundos de imobilização (nomeadamente nos semáforos). A adopção deste dispositivo tem tido por parte das marcas grande alarde empolando uma preocupação com as emissões de CO2 e usado como argumento de venda, como se tratasse duma rosa sem espinhos (na Grécia até há uvas sem grainha). Escondem os espinhos omitindo que a utilização sistemática deste dispositivo conduz a um desgaste prematuro da bateria e do motor de arranque que obviamente terão de ser substituídos mais cedo, incrementando indirectamente a produção daqueles componentes..Produção essa cujas fábricas libertarão para a atmosfera tanto (provavelmente mais) dióxido de carbono que aquela que os automóveis libertariam se permanecessem parados com os motores em funcionamento.
Mais do que preocupações ambientais estão subjacentes razões económicas e tecnológicas: os fabricantes sabem que as jazidas de petróleo estão a esgotar-se e antes que isso aconteça há que reduzir o seu consumo para dar tempo ao desenvolvimento de novos combustíveis (os cereais já estão a subir de preço porque as searas de trigo estão a ser ocupadas por plantações de cana destinadas a produzir alcool e outros bio-combustíveis). Também há que dar tempo à criação de novos motores, já que os actuais automóveis eléctricos em termos de autonomia e "performance" estão tanto distantes dos convencionais a gasolina e diesel como o Ford T (1908) está para o Ferrari de 2010.
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